Enviado por lavis em 21/07/10 – 06:36
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Nos anos 50, Celestin Freinet já escrevia : « Não tente construir independentemente da vida interior. É preciso construir com a vida e na vida. As desculpas não faltam, e às vezes são excelentes. O horticultor, aquele que produz pêssegos bem prejudiciais, tem desculpas, também humanas. Muita gente se contenta desta maneira e o Mundo vai na corrente ao acaso dos maus espíritos. Os educadores, mais do que outros, devem esforçar-se para ver correctamente primeiro, e depois tentar vislumbrar um clarão de verdade. »
Atualmente, a consciência das ameaças ambientais, não é essencialmente política, mas científica, graças, sem dúvida, aos gritos de alerta que os cientistas deram sobre o buraco da camada de ozônio, o aquecimento global ou a redução drástica da biodiversidade. Isso não significa, por tanto, que a ecologia deve ser uma nova política de especialistas, porque em primeiro lugar, a ciência não existe para resolver os problemas emergentes, e em segundo lugar , porque se torna urgente repoliticizar os debates do momento, em relação aos riscos crescentes de pântano burocrático. É necessário inventar uma nova articulação do saber e do compromisso. E para isso teremos que aceitar que a política se instale em nossas vidas quotidianas – a política e não a moralidade - porque não temos nesta luta pela ecologia um novo tribunal das condutas.
É por isso que nós, educadores Freinet, acreditamos que as nossas práticas, decididamente modernas, podem ser uma resposta aos novos desafios mundiais, e que através da educação, poderemos reencontrar uma continuidade do Homem e da Natureza: por este motivo, é necessário parar de destruir a Natureza, mas também, parar de destruir o Homem para poder afirmar que somente na defesa de um, como do outro, não nos faltará nada, a não ser, talvez, a falta mais importante: a falta do espirito, e não da propriedade. Existe horizonte mais humano do que este ?
Não farei a lista exaustiva dos parceiros que nos ajudaram nesta RIDEF porque esta seria longa e o nosso tempo é limitado (vocês têm uma lista onde todos eles figuram). Quero falar simplesmente do apoio financeiro do Conselho Regional que nos ajudou a convidar nossos colegas africanos. É verdade, por tanto, que nós tivemos numerosos problemas administrativos com os diferentes consulados na África e que o direito à livre circulação dos seres humanos sobre a Terra não parece se aplicar da mesma maneira à totalidade dos cidadões do Mundo.
Eu declaro aberta a vigésima-oitava RIDEF.
Philip LAVIS, presidente do IDEM 44